terça-feira, 9 de agosto de 2011

Suicídio: um misto de coragem e covardia

Nunca entendi/aceitei direito o que, de fato, leva uma pessoa a desistir da vida. Vez ou outra vejo nos noticiários ou leio em jornais ou, ainda, fico sabendo através de conversas sobre pessoas que cometeram suicídio. E fico triste. Tento compreender o que leva uma pessoa a perder a fé em si mesma, a não acreditar que seja capaz de resolver os problemas... fico confusa.

Em um de seus livros, Augusto Cury diz que infelizmente estamos criando uma geração de pacientes psiquiátricos, simplesmente por não lhes ensinar o essencial: conhecer e amar a si mesmo. E acho que em muitos casos a razão pra tantos suicídios seja a falta de amor próprio. Nas instituições de ensino, os horários são recheados de inúmeras matérias. Mas não há nenhuma que proporcione ao ser humano conhecer a si mesmo.

Vivemos numa época em que aplausos, glória e reconhecimento são desejáveis. Deseja-se ser notado, respeitado e reconhecido. Conheço pessoas que são notadas pela educação e retórica. Tem facilidade em falar em público e até mesmo de se relacionar com os outros. Mas tem pavor de ficarem sozinhas consigo mesmas. E então me pergunto: Será que a própria companhia é tão desagradável assim? Será que o seu 'eu' é tão tenebroso que a mera possibilidade de ficar diante de si causa uma angústia tão grande? Por que às vezes é mais fácil perdoar os erros dos outros do que os seus próprios? Por que perdoamos aqueles que amamos, mas não perdoamos a nós mesmos? Por que algumas pessoas amam mais a outras do que a si próprias?

De acordo com o site Diário da Saúde, "9090 pessoas chegaram ao suicídio no Brasil em 2008, o que corresponde a 25 mortes diárias. (...) 'Os números são apenas a ponta do iceberg, pois, para cada suicídio, estima-se que haja pelo menos 20 tentativas. E, para cada caso de tentativa que atendemos no hospital, outras cinco pessoas, na comunidade, estão planejando e 17 estão pensando seriamente em pôr fim à vida', diz o pesquisador [Botega]". E isso é lamentável.

Eu já passei por inúmeros problemas na minha vida. Decepções tão grandes, momentos de tanta dor que, se eu pensasse diferente, talvez desejasse a morte. O que fiz? Busquei aconchego no Senhor Nosso Deus e Ele encarregou-se de lutar por mim, de me ensinar, lapidar e, acima de tudo, me amar. Acredito que a religião pode ajudar muito o ser humano a se encontrar, a se respeitar e a se amar, o que é primordial.

Na minha opinião, a pessoa que comete suicídio é muito corajosa e muito covarde. É muito corajosa por ser capaz de planejar a própria morte, de apontar uma arma pra si mesmo, de empunhar uma faca em direção ao seu corpo, de levar até a boca um copo cuja substância é mortal, de se jogar na frente de um veículo em movimento. Tem que ser muito homem/mulher pra fazer isso. Mas, por outro lado, penso que uma pessoa que pratica tal ato é, no mínimo, covarde. Covarde por não se amar suficiente, covarde para desistir da própria vida, desistir de ver as pessoas que ama, desistir de lutar. É uma pessoa que vive presa no cárcere da lamentação, do rancor, da tristeza e do desamor.

Se pensarmos na eternidade, percebemos que nossa vida é apenas um breve soluço no tempo. É por isso que defendo a necessidade de o ser humano se conhecer, saber quais são seus limites e fraquezas, se aceitar, se amar e se superar a cada dia, pois a vida é breve demais pra ser desperdiçada.

Encerro este post com um trecho de Augusto Cury. Espero que possa perceber o quanto você é precioso(a) e perceber-se com um ser apaixonante:

"O pior cárcere não é o que aprisiona o corpo,
mas o que asfixia a mente e algema a emoção.
Sem liberdade, as mulheres sufocam seu prazer.
Sem sabedoria, os homens se tornam máquinas de trabalhar.
(...)
Ser livre é não ser escravo das culpas do passado
nem das preocupações do amanhã.
Ser livre é ter tempo para as coisas que se ama.
É abraçar, se entregar, sonhar, recomeçar tudo de novo.
É desenvolver a arte de pensar e proteger a emoção.
Mas, acima de tudo, ser livre é ter
um caso de amor com a própria existência
e desvender seus mistérios."

Um abraço de vida e de amor a todos!!!

3 comentários:

  1. Flor... qdo a gente vive de perto a situação, tudo muda em relação a nossa opinião, em dizer que a pessoa tem coragem ou é covarde, acho que na verdade a dor interna, voltada a depressão é tão grande que a pessoa tenta tirar de si essa dor, bem... nada justifica, digo isso pq meu pai está nesta estatítica de 2008, e ele era tão alegre, tão confiante antes de tudo... eu prefiro nao tentar entender, entregar minha vida a DEUS e continuar, vou continuar amando ele dá mesma maneira, sem julgá-lo pelo ato, mesmo sem entender, mas claro que neste domingo que está chegando eu queria tanto que ele estivesse comigo, p que a gente almoçava fora sempre nos dias dos pais, é assim florzinha, doe tanto viver isso que vc nem imagina, então fica dificil definir e julgar a situação... Oremos por essas pessoas e por essas familias, beijos

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  2. Oi Cris,
    como eu disse no post, esse assunto sempre me encabulou. Não entendo/aceito ainda, por mais que eu tente.
    Você falou algo interessante "... a pessoa tenta tirar de si essa dor". Talvez seja isso, não sei. Concordo com vc que as vezes a dor é tão intensa, quase insuportável, que a pessoa quer uma saída imediata.
    Admiro sua posição e suas palavras. Elas me fazem refletir ainda mais sobre o assunto.
    Um terno abraço!

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  3. Oi flor... Qdo a gente vive na pele a situação, acaba refletindo mais intensamente sobre a questão entende.... Obrigada pelo respeito! bjo

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