segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Quando os sonhos se tornam realidade

Há sonhos que, por mais que sonhamos, nem sempre acreditamos que possam ser realizados. Talvez porque os julgamos grandiosos demais, ou porque simplesmente substimamo-nos. Resultado: Continuamos na eterna frase "Ah, se eu pudesse...", "Se eu fizesse tal coisa", "Se isso", "Se aquilo", e nos afogamos em tantos "ses" que limitam as nossas ações e enterram parte de nós. Tudo isso pelo simples medo de ousar.

Quando terminei a graduação em Letras, em 2004, não fiz a seleção de Mestrado como muitos da minha turma. Por várias razões: 1º porque eu estava e-x-a-u-s-t-a. Pra quem acha que Letras é um curso fácil, ah... eu sugiro que o faça. Você pode até não exercer a profissão, mas você terá lido dezenas de livros e escrito muiiiiiiito!!!; 2º porque eu queria me casar no ano seguinte (o dito cujo estava só esperando eu me formar); e 3º porque eu tinha medo de não passar. Aliás eu tinha convicção de que não poderia passar. Por que? Porque eu achava que mestrado era pra gente muito inteligente, característica que eu nunca me atribuí. Lembro-me bem que muitos da minha turma que fizeram a prova passaram: Carlos, Inimar, Flávia, Paula, Rejane Ferreira.

O ano de 2005 foi então reservado para os eventos de formatura (ah... que saudade!!!) e para o tal casamento, em março e julho, respectivamente. A verdade é que o cansaço sumiu rapidinho. Em setembro do mesmo ano lá estava eu iniciando a minha especialização em Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa na UEG, que duraria 2 anos. Não me arrependo. Foi um curso tranquilo. Encontros quinzenais me possibilitaram dedicar bastante para o curso.

Eu sempre fui muito curiosa. Não queiram cochichar algo perto de mim que eu quero logo saber do que se trata e não dou trégua enquanto eu não estiver ciente do assunto, hehehe... Vez ou outra, eu conversava com as minhas colegas que já estavam fazendo mestrado e eu ficava curiosa pra saber como era. Eu queria também. Eu sabia que profissionalmente o mestrado significaria uma boa oportunidade pra mim. A verdade é que além de curiosa eu sou atrevida. Resultado: final de 2006 lá estava eu fazendo a seleção de mestrado, mesmo sem terminar a especialização. Não nego que achei dificílima. Foram três etapas durante três meses, uma eternidade. Durante todo o processo, eu mantive uma estreita relação com Deus e o pedia pra fazer o que fosse melhor pra mim. Em meados de dezembro desse ano a lista de aprovados era divulgada e o meu nome estava lá, e aprovada em 7º lugar! Mais uma prova do cuidado de Deus comigo. O número sete representa a perfeição do Criador. Sim. O mestrado fora presente de Deus na minha vida.

O curso não foi fácil, obviamente. A situação agravou-se um pouco mais porque justamente no meio do curso eu me separei do "sacana" do marido (desculpe, mais aproveito a oportunidade pra desabafar também) e, é claro, alguns problemas emocionais foram desencadeados. Acabei precisando de tempo extra pra terminar o mestrado (quase todos os alunos solicitam esse tempo porque o curso é realmente muito difícil). Eu tive momentos de desistir. Sabia do que tinha que ser feito mas simplesmente não conseguia fazer. E o tic-tac do relógio me torturava mostrando-me que meu tempo estava se esgotando. Graças a Deus, eu tive pessoas que me ajudaram muito. Meus pais deram-me muito apoio emocional, meu amigo Rogério me ajudou na transcrição dos dados (essa é a pior parte! affff...), a Paula me deu algumas orientações no início da redação do texto, sem contar no quanto outros amigos e amigas me ajudaram conversando comigo, me ouvindo, me aconselhando.

Eu mal podia acreditar que em 18 de setembro de 2009 eu estaria ali, à frente do auditório da Faculdade de Letras, para a minha defesa de mestrado. A fotinha que se segue é do dia. (Em sequência: meu orientador Prof. Dr. Francisco, eu, e as professoras da Banca: Dra. Maria Cristina e Dra. Barbra [escrito assim mesmo]).
Pra quem pensa que acabou por aí, se engana. Depois da defesa, há ajustes para serem feitos na dissertação e toda uma sequência de procedimentos até chegar ao ponto de dar entrada no Diploma. No meu caso, decorreram quatro meses.

Hoje pude contemplar a obra do Senhor Deus na minha vida quando finalmente pude ter em mãos a minha dissertação encadernada. Meus olhos se encheram de lágrimas quando a toquei. Um filme passou rapidamente na minha cabeça, permitindo-me lembrar de toda a luta que travei comigo mesma para concluir o curso, porque chegou um momento em que eu nem sequer podia me dar o luxo de sofrer por causa da minha vida emocional conturbadíssima porque eu tinha um mestrado pra terminar.

Conforme sabemos, a obra de Deus é completa em nossas vidas. Sei que esse mestrado representa a oportunidade de alcançar outros caminhos, outras vitórias. Por isso, eu espero mais.

Tudo o que vivi desde o início do mestrado até agora me ensinou muito. Primeiro porque eu superei o sentimento de inferioridade intelectual que eu sempre tinha. Hoje percebo que, desde que eu me esforce, eu posso realizar qualquer coisa que eu desejar. Segundo porque entendi que quando transformamos os sonhos em metas eles deixam de simplesmente serem sonhos utópicos e alcançam o plano da realidade, e isso vale para quaisquer áreas de nossas vidas. Terceiro porque compreendi que não posso simplesmente colocar a responsabilidade de ser feliz em outra pessoa. Se eu quero ser feliz, depende exclusivamente de mim fazê-lo.

A foto que se segue é da minha dissertação. Fofa né! Não canso de folheá-la, tocá-la e ler o meu nome nela.


Ahh... esqueci de falar, hehehe... o título da minha dissertação é "Você já blogou hoje? Um estudo de caso sobre o uso de blogs nas aulas de língua inglesa".