terça-feira, 25 de agosto de 2009

Chuvinha mansa...

Tenho estranhado esse tempo no Brasil: Chuva??? Em agosto??? Comofas???
Não me lembro de ter passado um mês de agosto tão a gosto assim. Geralmente nessa época do ano há muito vento, as folhas das árvores caem e fica uma paisagem muito seca, quente, triste.
Mas, nesse ano, fomos presenteados. Sabe quando o céu fica nublado, começa a chover aquela chuvinha longamente mansa e você faz charme com um casaco? É uma delícia!!! Eu amo esse tempo!
Se tem uma coisa que eu gosto é o fato desse país ter as quatro estações! Tudo bem que nem sempre são bem definidas (há vezes que vivemos 2 estações no mesmo dia! hehehe...).

Gosto de me cobrir com o cobertor e ficar olhando a chuva lá fora.
Gosto de ouvir os pingos que caem, parecendo cochichar.
Gosto de ouvir a melodia da natureza, cujas notas musicais embalam o meu corpo em suaves movimentos.
Gosto de observar que o tempo passa devagar nessa hora porque tenho a impressão que até o relógio fica preguiçoso.
Gosto do aconchego e do calor que há nos braços de alguém. O abraço fica mais gostoso quando é tempinho de chuva!!

Eita! Vou ali tomar um chocolate quente!

sábado, 15 de agosto de 2009

Um abismo entre o passado e o presente

Naquele tempo, não tínhamos televisão, apenas um rádio que minha mãe ligava pouco pra economizar as pilhas. Lembro-me que nossas noites, iluminadas por lamparinas ou velas, eram regadas com boas conversas após o jantar. Meu pai e minha mãe sempre tinham alguma história pra contar. Os olhinhos dos meus irmãos (e também os meus!) ficavam sempre atentos pra não perder nenhum detalhe. Eram histórias de aventuras, travessuras e de horror! As de horror eram as piores porque meus irmãos sempre me passavam medo à noite, e eu chorava... (rsrs...)

Foi um tempo difícil. O dinheiro que meu pai ganhava mal dava pra fazer as despesas básicas. Ainda bem que morar em fazenda significava ter fruta no pomar, horta e ovo. Mas também foi uma época marcante na minha vida. Minha infância teve um sabor delicioso. Os nossos brinquedos eram improvisados e ficavam por conta da imaginação mesmo. Eu fui princesa, modelo, dona de casa (eu fazia cuzinhadinho!), comadre, professora, super-heroína... Ah... era tão bom. Férias era sinônimo de festa! Era quando meus primos vinham passar uns dias na nossa casa, ou íamos pra casa deles. Brincávamos de pique-esconde, pique-pega, barra-manteiga, baliza, salada mista, queimada, futebol até ao anoitecer (meus irmãos não gostavam que eu brincasse de futebol porque eu corria e pegava a bola com a mão e achava justo marcar um gol assim por ser a menor!!!). Só parávamos porque minha mãe nos colocava pra tomar banho.

Os anos se passaram e nossa vida melhorou em vários aspectos. Viemos pra cidade estudar e trabalhar e, com isso, conseguimos mais conforto e tranquilidade. Meus pais venderam a fazenda do tempo de nossa infância e hoje eles têm uma chácara que só vamos pra passear nos fins de semana, feriados, férias.

Hoje, quando vejo que as famílias nem se reunem mais durante as refeições, eu fico triste. Há pessoas que preferem assistir TV a conversar com a família. E o pior: às vezes nem sentam juntas na sala pra assistir o mesmo programa porque cada uma vai pro seu quarto e liga a própria TV. É muito isolamento. Isso é trocar bons momentos de conversa, ouvir histórias tão legais, conviver com as pessoas que mais amamos, por programas de TV tão vazios, violentos e artificiais. Depois ainda perguntam por que as crianças de hoje são tão agressivas e irrequietas! Falta o tempo gasto com a família. Falta nutrir o amor com boa convivência.

Eu sei que deveria assistir mais TV, até porque sou professora e preciso estar informada. Mas, quando chego em casa, prefiro conversar com meus pais, ler um bom livro, falar com Deus. Percebi que a televisão no meu quarto (sim, eu tenho uma!) está virando artigo de museu porque outras coisas me atraem mais.

A infância de hoje é industrializada e dura menos. Tem até animalzinho de estimação virtual! Aff... coitadas dessas crianças, não sabem o quanto é bom correr atrás do cachorrinho, afagar um gatinho, tomar banho no rio! É uma pena.

Eu ainda me lembro da minha cachorrinha Suzi e das nossas longas conversas... (sim, naquele tempo, ela conversava).

PS: Desculpem-me pelo sumiço. Foram dias de muito trabalho e pouco tempo.

Selo meme!

Este é o selo para os que gostam de uma boa leitura. Eu o recebi do meu amigo Marcone.












As regras são simples. Tem o meme para responder e é só repassar para cinco blogs de amigos leitores. Vamos para as perguntas:

Que livro está lendo ou qual o último que leu?

São dois: O poder da mulher que ora e
O Guardião de Memórias

Qual livro preferido?
A Bíblia.

Um livro que não consegue terminar de ler?
Grande Sertão Veredas. Eu tento, mas não consigo (hehehe...)

Aquele que não sai de sua cabeceira?
A Bíblia.

Escritor preferido?
Augusto Cury e Clarice Linspector.

Eu recomendo?
O poder da mulher que ora (esse livro é perfeito, independente de idade e credo religioso)

Eu não recomendo?
Pornografia.

Passa este selo para quem?
Para Anabella, Elaine, Márcia, Sheila, Vagner.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Carta para uma amiga

Olá minha cara,

Algumas dezenas de dias se passaram desde que entramos de férias, no tão esperado julho! Da minha parte, posso confidenciar-lhe que foi um mês maravilhoso, o vivi tão intensamente como nunca o tinha feito outrora. Vivi com a alma, com todo o meu ser, e isso fez toda diferença. Posso dizer até que ele não foi curto nem extenso demais, foi o bastante.

Tenho muito a lhe falar, mas confesso que já não há mais tanto tempo disponível para fazê-lo. Assim, ater-me-ei àquilo que eu julgar mais relevante para o momento.

Primeiro, quero pedir-lhe perdão por minha ausência espiritual/social, embora meu corpo estivera presente em nosso ambiente de convívio. Percebi-me estranha e indiferente no local de trabalho, na igreja, na família... Senti minha alma deslocada, habitando num corpo quase estrangeiro, dada a não-sintonia entre eles por algum tempo. Enfim, após dias de demasiado conflito, a paz voltou a habitar em meu coração, ou talvez nunca o tivesse abandonado, apenas se espreitado, dando lugar a uma tsunâmica (des)organização em minha vida, tão confusa, tão necessária.

Terminei, felizmente, a leitura de Perdas & Ganhos (Lya Luft). Diria também infelizmente. Sim, sentimentos paradoxais despertados por uma leitura que fiz, na verdade, não desse livro, mas de mim mesma, do meu interior, do meu ser. Um livro consideravelmente pequeno, todavia capaz de provocar em mim um hibridismo revelador. Ler-me foi ora estranheza, ora deslumbramento. Eu era um livro fechado e, ao abri-lo, pude ouvir o murmurar de uma alma tão desconhecida por mim mesma, um universo que eu não desbravei antes porque a expedição pra dentro de mim talvez sempre me atemorizasse.

“Ah, então você deve ter lido esse livro em um dia, no máximo dois” – você, amiga, me indagaria. Minha resposta? Não. Eu o li em trinta dias! A leitura foi sobremaneira densa que foi preciso me delongar em suas páginas para saborear o paladar ali escondido. Tive ímpetos, não poucos, de cerrá-lo e não continuar a leitura, pois vi, diversas vezes, a estrutura da minha alma sendo destruída, feridas sendo abertas e vi-me nua, sem máscaras, sem dissimulações. Mas não poderia perder-me em mim. Chega de ter medo. Era preciso estudar-me, mesmo sendo meu interior um território desconhecido, ainda.

Eu poderia citar aqui inúmeros fragmentos com quais me identifiquei por inteiro. Mas, atenho-me a dois:

“A vida não está aí apenas para ser suportada ou vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada” (p. 155). Entendi que não preciso suportar-me, suportar o meu passado, parte do qual você conhece, não preciso suportar as minhas dores. Eu posso elaborar-me, reprogramar-me, reprogramar os meus conceitos.

E, por último, “... por mais que os escritores escrevam, os músicos componham e cantem, os pintores e escultores joguem com formas, cores e luzes -, por mais que o contexto paralelo da arte expresse o profundo contraditório sentimento humano, embora dance à nossa frente e nos convoque até o último fio de lucidez, o essencial não tem nome nem forma: é descoberta e assombro, glória ou danação de cada um” (p. 156). Percebi que o essencial, para mim, é viver segundo a vontade de Deus, o amado da minha alma que dissipa todo e qualquer medo, que escreve o enredo de minha estória com caneta de ouro. Há conceitos, alguns milenares, elaborados pela sociedade os quais eu não preciso aderir, mas tão somente reelaborar, e a vida será certamente melhor. Simples assim.

Obrigada, amiga, por compartilhar comigo uma leitura tão fabulosa.

Um saudoso e terno abraço,

Rejane Maria Gonçalves

domingo, 2 de agosto de 2009

O que é essencial pra você?

"Por mais que os escritores escrevam, os músicos componham e cantem, os pintores e escultores joguem com formas, cores e luzes -, por mais que o contexto paralelo da arte expresse o profundo contraditório sentimento humano, embora dance à nossa frente e nos convoque até o último fio de lucidez, o essencial não tem nome nem forma:
é descoberta e assombro, glória ou danação de cada um."

(Luft, Lya. Perdas e Ganhos. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 156)

Essencial pra mim é viver sem medo.

E aí, o que é essencial para você?